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Displasia do Quadril (Luxação Congênita do Quadril)

felipepintado04

A Displasia Congênita do Quadril, Doença Displásica do Quadril (DDQ) ou luxação congênita do quadril, é um conjunto de anormalidades do quadril que podem ter origem durante o desenvolvimento intra-útero (congênita) ou após o nascimento.


A causa (etiologia) da displasia do quadril permanece desconhecida, mas sabemos que fatores genéticos e de cada população são importantes.


A doença implica progressiva deformidade do quadril, no qual o fêmur proximal, o acetábulo e a cápsula articular são defeituosos. A luxação da cabeça do fêmur pode ocorrer no útero, nascimento ou após o nascimento.


A incidência da DDQ tem variado de 2 a 17 por 1.000, e varia de acordo com a raça.



# Fatores de risco para o desenvolvimento da Displasia de Quadril:

  • Depende da população analisada (mais frequente em brancos e menos negros e asiáticos)

  • Histórico familiar positivo

  • Falta de liquido dentro da bolsa aminiótica (Oligodrâmnio)

  • Aumento do bebê (Macrossomia)

  • Primeiro filho

  • Gestação gemelar

  • Sexo feminino (devido hormônio relaxina)

  • Posição sentado no útero (Apresentação pélvica). Aumenta a probabilidade em 14 vezes

  • Lado esquerdo é o mais acometido


# Principais doenças que podem estar associadas:

- Torcicolo congênito

- Pés para dentro (Metatarso aduto)



O quadril da criança começa a se desenvolver em torno de 7 semanas de gestação. E para a evolução adequada, o fêmur proximal (epífise femoral proximal) precisa estar encaixado no acetábulo para crescer normalmente. Estando fora, não há estimulo para desenvolvimento do quadril, e o fêmur proximal e acetábulo são “defeituosos”, crescem pouco, e não formam as estruturas fundamentais para estabilizar a articulação.



O Diagnóstico é clinico, feito ao nascimento no berçário (geralmente pelo pediatra) realizando-se as Manobras de Barlow e Ortolani, que pode ser feito até os 3 meses de idade.


TESTES DE EXAME FISICO (FEITO AOS NASCIMENTO)

Manobra de ORTOLANI

Se quadril luxado, realizar abdução do quadril gera click palpável (não audível)





Manobra de BARLOW

Quadril aduzido, faz força posterior no sentido de luxar o quadril.





Após 3 meses de idade, avalia-se presença de displasia por meio da Assimetria das pregas glúteas e coxa (Sinal de Peter Bade). Limitação do movimento quadril (limitação da abdução devido contratura do músculo adutor) Sinal de HART, membro mais curto (Teste de Nelaton Galleazi).



Assimetria Pregas Glúteas e Coxa (Sinal Peter Bade):















Após 12 meses idade (inicio da marcha): mancar ao andar (claudicação), membro mais curto, coluna torta (lordose).




Diagnóstico por Imagem:


-Feito pelo Ultrassom método de Graf, realizado do nascimento até os 6 meses de idade.









O Raio X é útil a partir do 3 - 4 mês de vida, quando a cabeça do fêmur (epífise femoral proximal) começa a se ossificar e aparece no RX, em que traçamos algumas linhas e ângulos de referência, para saber se está dentro dos padrões considerados de normalidade. displasia lado esquerdo




Tomografia é um exame de maior precisão, que permite visualizar a parte óssea em vários ângulos diferentes (3 D), e saber o posicionamento correto do fêmur e acetábulo.



O Tratamento quanto antes é iniciado, melhor a previsão de cura da doença, sucesso do tratamento e menor chance de sequelas na vida adulta.


Ao nascimento (período neo natal) o tratamento recomendado é o uso do suspensório de Pavlik por 6 a 8 semanas. Durante a 3 ou 4 semana, é feito o USG de graf, e se estiver ok, retira-se o suspensório com 6 – 8 semanas total de uso, e o acompanhamento é feito com RX e Tomografia.




Funções do suspensório de Pavlik:


  • Manter o quadril em flexão (joelho e quadril dobrados) em torno de 100 graus e abdução (abertos) na posição de conforto (zona de segurança de Ramsey) em torno 45 - 60 graus.

  • Evitar esticar o membro (extensão) e fechar os membros (adução, que deve permitir até posição neutra )

  • Manter a cabeça femoral centrada no acetábulo (promove o desenvolvimento do acetábulo estando no lugar certo)

  • Promover a redução espontânea da luxação


Contra-indicações para uso do Pavlik:

  • Desequilíbrio muscular (mielomeningocele, paralisia cerebral)

  • Frouxidão ligamentar (Ehlers-Danlos)

  • Rigidez muscular (Artrogripose)



Formas de usar o suspensório de Pavlik:

  • Uso continuado (não retirar para banho)

  • Não deve ser utilizado após os 6 meses de idade

  • Retorno semanal ou a cada 15 dias para reavaliação (dependendo de cada caso)

  • Higiene com lenço úmido, manter uso de fralda.

  • Podem aparecer marquinhas na pele, mesmo o aparelho estando frouxo, mas que são benignas, e não causam problemas na criança.




Obstáculos (dificuldades) que impedem o fêmur encaixar no acetábulo (manter a redução):

  • Capsula antero medial do quadril

  • Labrum evertido

  • Ligamento redondo

  • Ligamento transverso

  • Pulvinar hipertrofiado

  • Tendão dos adutores

  • Iliopsoas fazendo constrição capsular



Tratamento dos 6 meses até 2 anos: inicialmente realiza a colocação do quadril no lugar sem precisar cortar a pele (redução incruenta da luxação) e aplica-se gesso da barriga até as pernas (gesso pélvico podálico: GPP), que deve ficar na posição de 100 a 120 graus de flexão (posição humana de Salter) e aberturas dos membros em posição de conforto (abdução na zona de Ramsey).




Se a colocação do quadril no lugar for difícil (redução incruenta difícil e quadril estiver instável), faz-se redução aberta. Se tiver contratura dos adutores, realiza-se soltura dos músculos (tenotomia)

Caso tenha interposição de partes moles, indicado á redução aberta (cruenta), abrir o quadril para colocar o fêmur na posição.



Após 2 anos de idade, é recomendado a realização de corte na bacia (osteotomia pélvica) para aumentar a cobertura acetabular e encaixar o fêmur no lugar. E avaliar a necessidade de encurtamento do fêmur, para o osso conseguir encaixar no acetábulo. Nesse momento as cirurgias são de grande porte, e o resultado não é satisfatório, provavelmente terá sequelas graves (mancar, membro mais curto, artrose no quadril).





Se tratada de forma correta e no período adequado, a displasia do quadril tem boas chances de cura, e evita sequelas no futuro. Procure um profissional capacitado.




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